Não se conserta o que já nasce com defeito.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Parte X

Quando eu acordei ele estava ao meu lado, acho que era a primeira vez que eu o tinha visto a luz do dia. Seus cabelos negros brilhavam, e, agora, havia um brilho em seus olhos. Ele sorria.
- Bom dia! - Ele me disse ainda mais sorridente.
Eu estava atordoada, noite passada tínhamos nos despedido e achei que ele tinha ficado magoado com algo. Olhei pra ele meio indiferente, ele continuava sorrindo.
- Achei que tinha ido embora.
- Por que? Eu deveria ter ido?
- Achei que tivesse ficado com raiva depois da nossa pequena discussão e de você ter jogado na minha cara que eu era infantil.
- Acho que você teve um pesadelo, minha linda. Eu nunca disse isso a você, eu te trouxe em casa, nos despedimos e você entrou. Não houve discussão, nem conversas desse tipo. Você ta bem?
- Não, eu tenho certeza que discutimos ontem. Não foi sonho, eu lembro perfeitamente de tudo!
- Calma Sally, você deve ter sonhado. Acredite.
Eu estava mais atordoada ainda, eu não tinha sonhado, eu tinha certeza.
- Mas você disse que ia embora, e que me amava. Eu lembro Johnny, não estou ficando maluca.
- HAHAHAHA, eu disse que te amava? Como assim? A gente se conhece a quanto tempo mesmo?
- Ok, deixa pra lá. Mas não foi sonho, eu sei.
Ele sorria, o tempo inteiro. Estava de bom humor por algum motivo. Talvez a minha desgraça fosse o motivo  do bom humor dele. Ele gostava de me vez confusa, atordoada e indefesa. Eu não tinha armas contra ele.
- Tenho que ir Sally, minha vida me aguarda. Fazer parte da sua me cansa um pouco. Até mais tarde.
- Hm.
- Se cuida, minha linda.

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