Não se conserta o que já nasce com defeito.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Parte IX

Na volta ele mantinha o silêncio, eu até pensei em iniciar algum assunto, mas confesso que estava com um pouco de raiva. Ele havia insistido pra me trazer em casa e agora que estava aqui ele, simplesmente, nem me olhava. A rua estava vazia, já era tarde, e ventava muito. Eu podia até ver a fumaça saindo de nossas bocas enquanto respirávamos. Um gato passou por nós, tinha um olhar assustado, e correu para o outro lado da rua.
Acendi outro cigarro, agora era o ultimo da carteira, ele me olhou e, quebrando o silencio pesado, disse:
- Esse é o seu problema.
- O meu problema? O que?
- Não se importar com os outros, achar que todos tem que sempre te agradar. E se alguém contrariar o que você quer, você e a sua infantilidade ficam com raiva.
- O que? Você insiste em vir comigo e me trata assim? Quer saber? Os melhores dias da minha vida foram os que eu passei longe de você, você aparece do nada, some do nada, aparece de novo e acha que pode me xingar.
- É, é de fato uma pena eu ter aparecido na sua vida, uma pena maior ainda eu te amar, já que sua vida estava tão melhor sem mim.
- Deixe de ser infantil.
- Chegou sua casa, tchau.
O QUE? ELE DISSE QUE ME AMA! Eu poderia sair correndo e me jogar nos braços deles, dizer a ele que eu o amo também, dizer que os dias sem ele foram chatos e sem graça, que agora eu precisava dele perto de mim.
Ele virou as costas e saiu andando.
- Espera!
- Oi Sally, tem algo a me dizer?
- Desculpa pela minha infantilidade.
- Só isso?
- Sim.
- Tchau.
E lá vai ele, escapando entre as minhas mãos como água. Entrei em casa e dormi. Foi a unica coisa que eu consegui e pensei em fazer. Adeus Johnny.

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