Não se conserta o que já nasce com defeito.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Parte VII


Haviam se passado duas semanas e ele não tinha voltado. Ele foi embora, me alertou e eu não quis ouvir. A culpa era toda minha, fui precipitada. “Não seja precipitada querida” ainda martelava na minha cabeça.
Ele era minha droga, eu estava viciada e dependente. Não tinha mais amigos, estava sozinha, e a única pessoa que podia me ajudar eu mandei embora. “Não seja precipitada querida... Não seja...”.
Quando eu fechava os olhos ainda podia vê-lo, mas agora era só uma lembrança distante. Haviam características que eu já tinha esquecido, não lembrava do seu cheiro, nem sua voz, do seu nariz e nem dos seus cabelos. Sabia que eram cacheados, mas não lembro como ficavam em sua cabeça, e também não lembro o tamanho. Como eram os cachos mesmo?
Como era sua voz mesmo? Ah, doce e amendoada. Não poderia esquecer-me disso. E seu toque também estava vivo em minha mente. Mas eu precisava dele.

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