Haviam se passado duas semanas e ele não tinha voltado.
Ele foi embora, me alertou e eu não quis ouvir. A culpa era toda minha, fui
precipitada. “Não seja precipitada querida” ainda martelava na minha cabeça.
Ele era minha droga, eu estava viciada e dependente. Não tinha
mais amigos, estava sozinha, e a única pessoa que podia me ajudar eu mandei
embora. “Não seja precipitada querida... Não seja...”.
Quando eu fechava os olhos ainda podia vê-lo, mas agora
era só uma lembrança distante. Haviam características que eu já tinha
esquecido, não lembrava do seu cheiro, nem sua voz, do seu nariz e nem dos seus
cabelos. Sabia que eram cacheados, mas não lembro como ficavam em sua cabeça, e
também não lembro o tamanho. Como eram os cachos mesmo?
Como era sua voz mesmo? Ah, doce e amendoada. Não poderia
esquecer-me disso. E seu toque também estava vivo em minha mente. Mas eu
precisava dele.
Os mesmos vícios que nos matam são o que nos mantém.
ResponderExcluirGK
É isso que os tornam tão perigosos.
Excluir